Em muitas ocasiões essa frase é vestida por nós, e ficamos letárgicos por um bom tempo.
É a troca que fazemos quando surgem oportunidades e escolhemos viver a conveniência de ter as necessidades supridas em detrimento de um sonho realizado, que exigisse trabalho, dedicação, sacrifício.
O descompasso que essa decisão nos causa é forte e vai minando nossa alma vagarosamente, e por mais tentemos nos enganar, haverá um instante de enfrentar a verdade.
Se estivermos no momento anterior, o que nos traz a comodidade de não precisar ficar horas e horas trabalhando, dormindo mais tarde, acordando mais cedo, andando par e passo com seres estranhos ao nosso modo e que as vezes cruzam velozmente à nossa frente, fazendo com que nos desequilibremos.
Se ainda houver tempo, tentemos fazer uma relação de prós e contras, os prós pela conveniência de viver uma vida mais abastada e o contra de não termos o corpo e a mente vibrando no ritmo do coração.
Não precisamos pensar muito, basta olhar em volta e constatar quanta dor, quanta doença, quanto murmúrio dos que se diziam ou dizem resolvidos e confortáveis.
Mas se ainda assim resolvermos trocar o projeto que pedirá o suor do nosso rosto, pelo controle remota que conduzirá nossos dias diante do aparelho que apresenta tudo colorido e pronto, então que assim seja.
O sonho realizado é aquele que tem gosto de agua fresca numa boca sedenta.
O sonho realizado é aquele que tem cheiro de pão quente quando o estômago pede o alimento.
O sonho realizado tem um preço alto, é a atitude de coragem, desapego e amor que precisamos ter por nós, ainda que outros discordem.
A conveniência é assim como o próprio nome diz, conveniente, troca pouca diante do que se sacrifica e insatisfação intima certamente.
Por Fátima Leite.
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