Sempre é possível deixar tudo do lado de fora.
Soltar as ideias vertiginosas que fluem ininterruptamente de nossa mente.
Abandonar os ruídos, os que vibram ao longe, e os que vibram próximos.
Fechar os olhos e captar tudo que se projeta inversamente.
Deixar que esse cenário esvaneça vagarosamente.
Acolher o escuro, oscilante que se inicia pelos lados.
Sentir a forma ficando pesada e sumindo.
E então o silencio está absorvendo o espaço.
Não é simples silêncio, este modo tem falas, mas vai se calando.
Pois não desejamos nenhum diálogo interno agora.
Outra camada de silêncio vem cobrindo o espaço interior.
Mesmo que tudo o mais, fora, permaneça latente, intenso ou instalado.
Dentro a calma se acomoda em nossas células.
Ficar neste estado por um minuto é quase impossível, na primeira vez
Mas na décima tentativa torna-se bom.
Na centésima é quase automático
Na milésima é o melhor refúgio que existe.
Por Fátima Leite.
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