Essa frase esquisita é o resultado que encontrei ao tentar definir se algo me servia ou não, se eu queria continuar com o projeto ou não, se pretendia ir ao teatro ou não, se compreendia os motivos ou não, se conseguia ver o outro em toda sua potência ou não.
Requer de nós certo desapego de comportamentos correntes, aqueles que agregamos no dia a dia com a intenção de evitar conflitos, de não desagradar ninguém, de como estamos também acostumados a pensar, sermos harmoniosos.
Conseguimos um relativo ambiente harmônico, porque tudo torna-se neutro, pasteurizado, assim ninguém é integral, de uma parte nem de outra, todos vivem a ilusão do equilíbrio.
O que entendi é que viver assim nos leva à uma acomodação e a vida flui, sem a nossa colaboração, vivemos na água rasa dos dias, sem nenhuma profundidade e sem nenhuma elevação.
Não fazemos distinções, não nos envolvemos, não fazemos nada que possa alterar a respiração lenta e curta de todos.
Vamos perdendo contato com nossa essência, porque nossa essência exige participação, compartilhamento, doação e vontade.
Se começamos a sair desta moldura, vagarosamente para não causar solavancos no cenário, estaremos em terra firme, andaremos com passos seguros e nosso olhar poderá determinar o que é bom o que não é, o que vale continuar o que não vale, numa espécie de planilha de percentuais.
Quanto determinada situação é importante e quantos pontos eu daria numa escala de 100 pontos.
Por Fátima Leite
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